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Armazenamento de energia em baterias pode reduzir conta de luz pela metade; entenda

Embora ainda não seja permitido no Brasil, o armazenamento de energia elétrica por baterias na geração centralizada (GC) pouco a pouco ganha força. A promessa do setor é de que, com essa tecnologia, o valor da conta de luz dos brasileiros passe por uma redução expressiva, podendo chegar a 50% de desconto em relação ao preço atual.

Markus Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), explica como é feita essa conta em entrevista ao Diário do Nordeste. Esse valor é calculado em reais por megawatts-hora (R$/MWh), e feito na comparação com o acionamento de usinas termelétricas.

Nosso custo é sempre calculado em R$/MWh de capacidade dessa bateria. Hoje esse custo vai, dependendo do tamanho do sistema e da maneira como a gente conecta ele na rede, variar entre mais ou menos R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão/MWh de capacidade. Com isso, o leilão de reserva de capacidade consegue oferecer um desconto ou uma economia de 50% em comparação com as usinas térmicas.
Markus Vlasits

Presidente da Absae

Quando as termelétricas são ligadas, significa que o custo para produzir energia elétrica no País vai aumentar. Essas usinas utilizam combustíveis, normalmente fósseis, para geração de eletricidade. Com isso, o valor da conta de luz para os consumidores sobe, seja em impostos ou na forma de bandeiras — amarela, vermelha patamar 1 e vermelha patamar 2. Em maio deste ano, por sinal, será acionada a bandeira amarela.

Esse acionamento, em geral, não é comum. Ele acontece em momentos quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisa de maior carga de energia, e a geração normalmente disponível não é suficiente para suprir a demanda.

COMO AS BATERIAS PODEM BARATEAR O CUSTO DA ENERGIA

O presidente da Absae diz que as baterias dispensam o uso das termelétricas, uma vez que a energia estocada no sistema é o excedente do que é produzido em horários com menor necessidade de uso de eletricidade.

“A gente tem momentos no dia onde a gente não consegue aproveitar toda essa energia. A gente aproveita a geração solar e eólica, mas joga fora potencial de geração. São justamente os grandes parques renováveis no Nordeste os mais afetados por isso. A gente vê parques obrigados a jogar fora 8%, 10%, 15% do seu potencial de geração, o que é dramático”, considera.

“Outro problema que a gente tem é aquilo que o ONS chama de deficit de potência: o consumo de energia varia ao longo do dia, e a gente tem hoje o nosso maior consumo no horário noturno, tipicamente, entre as 18 horas e 22 horas. Nesse horário não temos mais nenhuma energia solar, e geralmente também não se tem muita energia eólica porque eólica produz mais de madrugada e no horário da manhã”, completa Vlasits.

TECNOLOGIA “ESTOCA” ENERGIA

A tecnologia é representada pela sigla Bess que, em tradução livre, significa Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias. O funcionamento, basicamente, também é literal: a tecnologia “estoca” a eletricidade produzida e disponibiliza quando há necessidade.

Markus Vlasits compara os Bess com carregadores portáteis (power banks), feitos para serem utilizados por aparelhos como celulares e smartphones em momentos de necessidade e que não contem com tomadas próximas para completar a carga.

As baterias para armazenamento de eletricidade, por sua vez, são carregadas com o que sobra da produção. As usinas, principalmente de energias renováveis, como eólicas e fotovoltaicas, jogam no sistema a energia, e o que não é consumido vai para os Bess para ser usado depois.

BESS Sistema de Armazenamento de Energia por Baterias
Legenda: BESS da Matrix Energia. Sistema estoca eletricidade para jogar na rede quando houver necessidade, reduzindo danos com interrupções na corrente elétrica e maximizando o aproveitamento da energia gerada.
Foto: Matrix Energia/Divulgação

“É uma péssima ideia contratar termelétricas, porque elas são muito caras, poluentes e não se liga e desliga para momentos de curta duração. Precisa ficar ligada por muito tempo. Muitas vezes se um problema de três horas e tem que ligar esses usinas durante dias, então acaba jogando fora ainda mais energia renovável por causa dessas restrições”, explica o presidente da Absae.

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