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O conclave elegeu o novo papa Leão XIV nesta quinta-feira (8), no Vaticano. Entre os 133 cardeais eleitores haviam sete brasileiros, que podiam votar e ser votados. Apesar de a Igreja Católica nunca ter tido um pontífice do Brasil, o então arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, fora escolhido como bispo de Roma, em 1978, mas recusou o posto e João Paulo II acabou sendo eleito.
A informação foi revelada pelo escritor e educador frei Betto, em artigo publicado no seu blog, no qual detalhou que, na época, o franciscano declinou do cargo por motivos médicos: tinha oito pontes de safena.
Como a Santa Sé acabara de perder João Paulo I, depois de somente 33 dias de papado, um pontífice com problemas de saúde poderia significar que outro conclave poderia acontecer em um curto espaço de tempo, o que fragilizaria a Igreja Católica, conforme o autor.
Com a recusa de dom Aloísio Lorscheider, os cardeais eleitores acabaram escolhendo o polonês Karol Wojtyła para o cargo. Porém, conforme é destacado por frei Betto, o papa João Paulo II faleceu em 2005, enquanto o brasileiro apenas em 2007.
Natural do Rio Grande do Sul, dom Aloísio Lorscheider ocupou o cargo de liderança na Arquidiocese de Fortaleza entre 1973 e 1995, quando foi transferido para a Arquidiocese de Aparecida do Norte, em São Paulo.
Durante o período na Capital do Ceará, continuou sua missão pastoral, dedicando-se particularmente ao clero, no qual procurou desenvolver um sentido de comunhão eclesial e um singular impulso apostólico.
Em 2005, devido a realizações nos campos político, social, religioso e ao apego que ganhou dos cearenses, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
No ano anterior à transferência para a arquidiocese paulista, o franciscano protagonizou um fato que marcou a história do Estado: foi sequestrado durante visita ao Instituto Penal Paulo Sarasate, em Aquiraz.
Naquele dia, 15 de março de 1994, dom Aloísio Lorscheider liderava uma comitiva para apurar denúncias de maus-tratos aos detentos e de precariedade da estrutura local.
No entanto, ao visitar o auditório da unidade prisional, ele e outras 12 pessoas foram feitas reféns: entre elas três padres, um vereador, um deputado e a então jornalista do Diário do Nordeste, Erilene Firmino.
Ao todo, dom Aloísio Lorscheider permaneceu 20 horas em posse dos criminosos, fazendo questão de ser o último a ser liberto. Posteriormente, perdoou os 14 sequestradores.
O caso alterou a história do Sistema Penitenciário do Ceará e repercutiu mundialmente. Em 2024, o podcast do Diário do Nordeste, Pauta Segura,