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Papa Francisco entendeu que presente e futuro da fé estão no Sul Global

Até os críticos mais ferrenhos do papa Francisco –e eles não são poucos, dentro ou fora de seu rebanho– provavelmente não ousariam acusá-lo de ser um pontífice monotemático. Seus dez anos de pontificado, completados nesta segunda-feira (13), às vezes parecem ter sido 50, tamanha a variedade de campos nas quais ele buscou retomar o protagonismo da Igreja Católica.

Correndo algum risco de simplificar essa multiplicidade, ainda assim é possível apontar um fio condutor comum nela: a percepção de que o presente e o futuro da fé estão no chamado Sul Global.

As transformações demográficas que têm afetado o catolicismo neste século deixam pouca margem para dúvida. Em 2019, por exemplo, dados oficiais do Vaticano já apontavam que, em número de fiéis, a África estava se aproximando da Europa. O continente africano abrigava então 19% dos católicos do planeta, contra 21% deles em solo europeu.

No mesmo ano, os católicos da Ásia também já correspondiam a mais da metade dos europeus, chegando a 11% dos fiéis. Hoje, de um total de 1,35 bilhão de membros da Igreja pelo mundo, dois terços vivem fora dos países desenvolvidos –por enquanto, a maioria deles está na América Latina. E as projeções para meados do século 21 indicam que essa proporção subirá para três quartos.

Uma forma quantitativa de mostrar como tudo isso está um bocado claro na cabeça de Francisco é ver a lista dos religiosos que ele escolheu como cardeais nos oito consistórios, isto é, reuniões desse grupo de prelados, que realizou por enquanto.

Até agora, o papa argentino “criou”, como se diz, cardeais de 66 países –desses, 23 nunca tinham contado com seus próprios cardeais antes. Entre os ineditismos estão os primeiros “príncipes da Igreja” de nações como Haiti, Cabo Verde, Panamá, Bangladesh, República Centro-Africana, Mali, Laos e Papua-Nova Guiné.

Os cardeais são, ao mesmo tempo, eleitores e potenciais candidatos toda vez que é preciso escolher um novo papa. Os números acima significam que a maioria dos aptos a votar quando Francisco morrer –ou, talvez, quando decidir se aposentar, seguindo o exemplo de Bento 16– terão sido escolhidos originalmente por ele. Também é praticamente certo que, graças à seleção de cardeais feita pelo atual pontífice, a próxima eleição papal será a primeira da história em que a maioria dos votantes não será de europeus.

Embora muitos dos católicos dos países em desenvolvimento sejam bastante conservadores “nos costumes”, como se diz no Brasil dos últimos anos, as guerras culturais que dilaceram os fiéis de países como os Estados Unidos fazem relativamente pouco sentido para eles.

Portanto, é bem menor (ainda que não inexistente) a chance de que eles acusem Francisco de comunista por incluir a preocupação com a desigualdade global e o tratamento desumano dado aos imigrantes entre os pontos centrais de sua pregação.

Esses temas, é claro, estão muito longe de ser inéditos no catolicismo. Basta ver a “opção preferencial pelos pobres” de Jesus nos Evangelhos, ou os documentos sociais que os papas têm publicado desde o fim do século 19, cujo conteúdo sempre foi crítico aos aspectos desumanos do capitalismo.

Francisco, porém, confere ênfase e clareza inéditas aos impactos da desigualdade num mundo de consumismo hiperconectado, que ele apelidou de “cultura do descarte”. Essa talvez seja a chave para compreender porque o pontífice argentino também é o autor da primeira encíclica ambientalista, digamos, da história, a “Laudato Si'”, de 2015.

Francisco e seus colaboradores mais próximos compreenderam não apenas o desafio planetário trazido pela emergência climática como também o fato de que os efeitos dos desastres atuais e vindouros estarão longe de afetar a todos da mesma forma. No olho do furacão –sem trocadilhos– estarão justamente os mais vulneráveis social e economicamente, aqueles que já são os mais afetados pela “cultura do descarte” condenada pelo pontífice desde o princípio.

Como anteparo contra esse risco existencial, a encíclica propõe a ideia de “ecologia integral”, uma visão fortemente comunitária das relações entre os seres humanos e com as demais formas de vida que não hesita em condenar a ideia de crescimento econômico perpétuo como algo perverso e inviável. Não admira que os católicos americanos devotos do livre-mercado tenham ficado horrorizados, por mais que as ideias da “Laudato Si'” estejam rigorosamente alinhadas com o conhecimento científico sobre o funcionamento da biosfera.

A preocupação ambiental decerto é um dos aspectos que levaram Francisco a convocar o Sínodo para a Amazônia em 2019. A reunião sem precedentes dos principais líderes católicos das nações amazônicas, no entanto, também ressaltou uma preocupação intensa com a relação entre a Igreja e as culturas locais.

Se é possível pensar num catolicismo que deixe de estar ligado intrinsecamente à tradição europeia, incorporando (ou “inculturando”, como dizem os teólogos) elementos de tradições muito diferentes, sem perder sua essência cristã, o ambiente amazônico poderia ser o grande laboratório desse processo.

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